Quando olhamos para um iceberg, só conseguimos ver
uma pequena porção, mas sabemos que a maior parte
do seu volume permanece submersa.
uma pequena porção, mas sabemos que a maior parte
do seu volume permanece submersa.
Da mesma forma, quando entramos em contacto com as
pessoas, experimentamos apenas somente uma face da sua
personalidade, a totalidade permanece invisível.
pessoas, experimentamos apenas somente uma face da sua
personalidade, a totalidade permanece invisível.
Percepção é a capacidade de ver o que está além da forma,
entender o sentimento que acompanha as palavras,
captar a linguagem silenciosa do olhar.
entender o sentimento que acompanha as palavras,
captar a linguagem silenciosa do olhar.
Fernando Luís
Por isso, fiquei eu aqui a pensar, vale a pena, nas relações que vamos mantendo com os outros, lembrarmo-nos de que não sabemos tudo, de que não há apenas uma verdade, não há somente uma linguagem. Compreender verdadeiramente uma pessoa é um mundo infinito de percepções. Implica, diria eu, escutar para além das palavras e dos sons. Dos gestos. Alcançar todas estas camadas, sim, mas também, deixando a superfície, mergulhar para a profundidade das suas verdadeiras motivações e então... verdadeira e profundamente escutar.
14 comments:
Olá Xana
Podem-se fazer taaantas leituras a partir desta comparação.
Pois! "Escutar escutar". Mas... muito depende das motivações. O que se escuta; para qué que se escuta; o que se faz com o que se escutou!... às vezes damo-nos a escutar aos outros (até o outro poder dizer "Sei-te de cor") e depois nos arrependemos.
Sei que devemos partir sempre, e a priori, de uma relação de confiança, mas...
É que há icebergs que afundam até um Titanic. :))
Desculpa trazer confusão a esta mensagem tão simples e tão bonita. Mas eu sou assim :)
Bj
O conhecimento do outro faz-se como ele quer.
Ando a fazer algumas descobertas de outros que me estão a deixar angustiada. Nada que não possa gerir, mas que magoa e, quando dói, dói mesmo.
Quero acreditar que conheço e, no fim, a maior parte ficou por descobrir, pois está submersa.
Bem hajas Xana pela tua reflexão.
Beijos peregrinos
olá Pedro Josefo,
sim, mesmo muitas leituras, mesmo muitas. E é por isso que a tua leitura, essa que tu nos deixas aqui, é tão importante. Pois é a tua leitura ! É mais um caminho para nos conduzir até uma parte de ti, para te aprender, te conhecer e ir também descobrindo o que nos dá o mundo através dos teus olhos. E olha só o que "eu leio" da tua leitura:
Isso. É um facto que de tanto nos darmos a escutar os outros, nos acontece por vezes arrependermo-nos. Sim, é um sério risco que corremos. Mas creio que isso também advém do facto de posicionarmos as nossas expectativas nos outros
em vez de nos focarmos bem mais no prazer que sentimos em precisamente nos darmos. Se as nossas expectativas se centrarem mais no amor que somos e que damos do que naquele que queremos e que esperamos, não correremos tantos riscos e descobriremos que a fonte do nosso equilíbrio é muito mais nossa e está muito mais acessível do que pensamos.
E pode ser uma fonte com tal poder, com tal força, que consta até poder reerguer um Titanic mesmo naufragado! :))
...
E olha, bom amigo: tu não trouxeste confusão. Trouxeste a tua interessante visão. E por um bocadinho, eu pude ler um pouco do mundo através da lente dos teus olhos! E gostei! Merci.
querida andante,
dizes tudo. e tudo o que dizes, dizes tão bem.
Sabes, eu cada vez mais acredito que os outros, ao se cruzarem na nossa vida, nos vão permitindo olhar para dentro de nós próprios.
Parece ser nas relações com os outros que vamos crescendo e que nos vamos, no fundo, verdadeiramente conhecendo!
E esse processo pode doer, como dizes. Pode doer.
Não é fácil impedir uma desilusão. Foge muitas vezes do nosso controlo, depende muito dos actos dos outros. Mas podemos aprender a "reciclar" o material dessa dor, transformá-la em ensinamentos e em auto-conhecimento, pensando não tanto no dano que o outro foi para mim, mas sim naquilo que eu gostei de ser para essa pessoa. Não tanto no que não recebi, por exemplo, mas no que eu dei e que me fez assim sentir feliz.
Acabaremos ainda por agradecer esse "dano" que à priori nos lesionou, mas que nos levou a uma maior profundidade...
Obrigada eu,andante, pela tua presença.
Xana,
Que tema! E que bonitos os teus comentários. Sem querer de todo, soar a elogio gratuito, diria que serás mais como a àgua cristalina em volta do iceberg e que o sustenta.
E é como o P. Pedro diz, dado a tantas leituras, já que o ser humano é, não queria usar o termo "complicado", mas se ele é um mundo!
Que vale a pena descobrir?
Sempre! - acredito eu, se é que não é artificial. Riquíssimo e que nos enriquece; mas nisso está, como bem dizes, a percepção e tantas outras capacidades, até mesmo artes e porque os mais puros, obrigam a ferramentas até se chagar à pérola. E claro que também as há menos boas, que nem por isso deixam de nos dar algum ensinamento - não se olhar tanto ao que está por fora, é um bom começo.
Sim, Xana, penso que vale a pena.
Beijinho*
Malu
olá maluzinha!
Sabes que mais, eu a ti hoje dou-te um forte abraço por cada palavra que aqui deixaste!
Tu é que és uMALUz!!!
;)
Gosto muito de ti!
eh eh :) (d[x]anadinha pr'os trocadilhos.)
Pior ainda, é que os sinais dos tempos, nos levam ao "aquecimento global". Os icebergs vão derretendo; ficando fina a sua camada superficial, que acaba como um espelho para onde olhamos e nos vemos apenas a nós...
Por isso mesmo, este post devia fazer parte de um "Manual de relacionamento humano".
É isso...sem mais...
Olá Miguel,
olharmos para o outro e vermo-nos apenas a nós...fica o processo imcompleto, não é?
Fascinante é mesmo quando reparamos melhor no outro, o encontramos e isso também nos ajuda a nos encontrar a nós mesmos!!
...
Um novo abraço!
E uma taça no ar..
e todas as nossas vozes
a brindar
contigo:
É que acho fantástico
que tenhas voltado a estar connosco neste porto de abrigo.
Mas se bebermos a água que circula em redor da pessoa o que está submerso virá à luz do dia…
Tenho saudades de te percepcionar melhor!
Ahhh, andei a fazer mudanças lá por casa. Devo-te algumas delas!
araj,
belas palavras as tuas, como sempre!...
;) boas águas circundantes,para ti, esta semana! ;))
confessionário,
sim, noto que andaste em mudanças.
Noto que a tua casa é ampla, é azul e cheira à água doce de um rio corrente...para o mar!
E noto que já está mobilada e tudo! Um banquinho!
Parece confortável, confessionário!
isso mesmo! Agora vá, força! Tens todo um mundo à tua espera! De ti e também para ti!
Tenho, de uma forma nítida, na mente (nitidamente? LOL), uma imagem de um iceberg, muito conhecida, que mostra isso mesmo. Certamente que conhecendo o que está submerso no interior, poderemos compreender melhor o que vemos à superfície. Nunca seremos capazes de conhecer a totalidade, até porque ela muda constantemente, não só por ela própria mas também pelo que nós interagimos com ela. É um pouco como se, a cada momento, o gelo derretesse em zonas mais expostas ao calor (do sol ou de lhe tocarmos - como que se de uma dádiva se tratasse) mas também cria novas camadas de gelo, noutras zonas, que enriquecem a sua forma. No entanto, quanto mais conhecermos, mais vulnerável ela fica a que o exterior, seja de facto uma imagem fiel do interior, do que está submerso... Para haver equilíbrio (segundo Arquimedes) estas duas partes têm de estar em relação de uma com a outra. Por isso, o iceberg, também reflecte em nós essa responsabilidade, essa coerência e também esse crescimento. Um pouco a exemplo do que acontece com a curvatura espaço-tempo. Quando nos fechamos de tal forma no nosso interior, na nossa massa, afundamo-nos no plano espaço-tempo e criamos um buraco negro. Quando, pelo contrário, o nosso exterior se expande sem acompanhar o interior, tudo se desintegra no vazio. É pois no equilíbrio que reside o segredo do conhecimento de nós mesmos e dos outros. Encontrar ou perceber esse equilíbrio é o garante de sabermos que estamos a olhar para além do visível, onde o coração nos pode levar. E já chega, não?... Desculpa. :)?
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