Sunday, May 06, 2007

Guardo-te em mim, mãe!



Olha - queres ouvir-me?
Às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
Ainda aperto contra o coração rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
Ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa, no meio do laranjal..."
Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite.
Eu vou com as aves.

...


lendo um bocadinho

do Eugénio de Andrade,

com um beijinho

a todas as mães.

7 comments:

Anonymous said...

Ai, o meu poeta preferido...

Com as aves retibuo o beijinho!

Miguel said...

Lindo

Bjs

Anonymous said...

Bonito!

P.S. Deixei para ti algo na barra lateral da capela, mas sei que já saberias que to entregaria.

Bjs.

xana said...

querida ana,

pois... e sabes,aprendi a gostar dele com uma amiga muito especial.
Foi ela que me mostrou umas palavras do Eugénio de Andrade, que eu sempre guardo comigo!
Reza assim:

"Sê paciente!
Espera que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar vento que a mereça!"


É uma doce amiga que tenho e o seu nome, como tu sabes, rima com mel!!
;)



Olá digníssimo Miguel!

que bom que gostas também!
Eu, de facto, muitíssimo!
Boa semana!



Malu,querida malu,

hum.. vou ver.
Deixa-me ir lá então a correr!
E para já, fica aqui então um abraço bem grato a crescer!!

Anonymous said...

tão lindo...

Anonymous said...

sabes como gosto disto, não sabes? e de ti também!
1 beijinho
leonor

xana said...

Olá, leonor...

sim, sei!
...
Também eu, de ti!
E olha, agora
um beijinho grande para entregares à tua mãe!
Para ti, um abraço enorme!
Um abraço com duas asas, para que voe num segundo, até ti!