Wednesday, December 12, 2007

Os nosso próprios presépios...


Gosto do presépio.
Gosto de o olhar e admirar em cada dia do ano.
E gosto da ideia de o irmos construindo em todas as nossas relações. As relações que nos ligam diariamente àqueles que nos rodeiam. Imaginar-me hoje no papel desta figura, amanhã no papel de uma outra.
O que me cabe a mim fazer quando assumo determinada função, por exemplo, a de mãe ou de pai de um Ser que pode ser Jesus ?
Como me vou eu comportando quando procuro ser um pastor visitante que vem para O presentear?
Que Lhe levo eu para oferecer? O que Lhe tenho eu vindo a dar? Em que parte do caminho estou? Muito perto? Muito longe? E se eu for um daqueles três reis, que presente trago em minhas mãos? Que povo ou que tribo represento? Se quero ser a estrela, que tenho vindo eu a anunciar? E no papel de Jesus? O que precisariamos em nós mesmos mudar?
Pois é!
Que represento eu, em qualquer que seja o papel que tomar?
Como me relaciono com cada uma das figuras que estão comigo nos vários presépios da vida?
Importa pensar. Reflectir em questões assim, leva-nos numa viagem ao encontro de nós mesmos e dos outros.
E imaginarmos que a vida é mesmo um presépio permanente, um que não se tira e se guarda em Janeiro, mas que está sempre ali, ao nosso alcance, é um desafio interessante!

Eu desejo, neste Natal, e em cada dia do Novo Ano adentro, para mim e para todos nós, que possamos ir sendo capazes de assumir e viver a PAZ e o AMOR nos nossos próprios presépios: as famílias, os amigos, os colegas, aqueles que amamos mais e aqueles a quem nos parece ser mais difícil amar.
Seja qual for o papel ou a figura que representemos.

Friday, November 23, 2007


Quando se acaba de ouvir um trecho de Mozart,
o silêncio que se lhe segue ainda é dele.

SACHA GUITRY

.................................

É assim com Mozart, com o som da chuva, com as palavras do vento, com os risos das pessoas que mais amamos, com os sons dos corações com os quais nos cruzamos.
Acreditamos muitas vezes que o silêncio é um deserto vazio, um lugar sem preenchimento, um espaço onde não temos onde apoiar os olhos e os pensamentos. Ou um quarto cerrado onde a ausência de vida ensurdece.
Mas o silêncio pode ser precisamente o contrário. Pode ser o prado profundo do sentimento, pode ser a intensidade da beleza das coisas, pode ser um santuário onde mora a Paz.
O silêncio também preenche, também conforta, e por isso, também tem som.

Wednesday, October 31, 2007


Sou um pouco de todos que conheci,

um pouco dos lugares que fui,

um pouco das saudades que deixei,

sou muito das coisas que gostei.

Entre umas e outras errei,

entre muitas e outras conquistei.

..........
ramon hasman

Wednesday, October 10, 2007

As nossas pontes.


"Se as pontes são como as relações, permitindo a ligação entre as pessoas e transpondo as diferenças que existem entre elas, então o estado das pontes reflecte a confiança existente nessas relações.

O estado da ponte tem uma grande influência na forma como nos sentimos seguros, ou não, ao atravessá-la, ou seja, reflecte a serenidade com que podemos viver a relação.
Enquanto o estado da ponte nos inspirar confiança podemos atravessá-la desfrutando da paisagem, sem receios, sem medos e com o prazer de percorrer e explorar a relação que a ponte significa.
Mas se a ponte começa a ceder, se as brechas surgem e as inseguranças se tornam evidentes então a nossa confiança perde-se e passamos a ter outro tipo de atitude. Passamos a ser mais cuidadosos quando estamos na ponte e redobramos a nossa atenção face ao seu estado, de forma a evitar acidentes. Afinal, não queremos cair da ponte, não queremos dar um passo em falso.

Se a ponte tiver boa manutenção, então os sinais não nos assustam, tal como as relações que são cuidadas constantemente e que conseguem, assim, manter a confiança.
Mas quando uma ponte fica danificada, temos de a reparar e renovar, tentando devolver a estabilidade.

Temos de cuidar bem das pontes que nos são importantes!"


Desconheço o autor. Mas dou-lhe toda a razão. Temos que cuidar sempre das nossas pontes!

Friday, October 05, 2007


"Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós."


Gilberto Gil, cantando.

Thursday, September 27, 2007


" Quando abro, a cada manhã, a janela do meu quarto,

é como se abrisse o mesmo livro,

numa página nova... "


......
Mário Quintana

Monday, September 24, 2007



Duas folhas na sandália.
o Outono
também quer andar ...



....

de Paulo Leminski

Wednesday, September 19, 2007

Pensemos nisto:



"O que faz andar o barco não é a vela enfunada,

mas o vento que não se vê ."



de Platão.


Thursday, September 06, 2007

Aprender é peregrinar.


De Jorge de Sousa Braga:

"Aprender não é conquistar, nem apoderar-se,

mas peregrinar.

Aprender é estar sempre caminhando.

Não é reter, mas comungar.

Tem que ser um acto de amor

para não ser um acto vazio."
__________

Gosto particularmente desta imagem de aprender ser peregrinar.
Como um percurso interior. Um caminho que podemos percorrer, umas vezes mais seguros, outras, com os pés sem sentir o chão. Umas vezes mais centrados no que nos é exterior, outras mais coesos com aquilo que passamos a saber transformar em nós mesmos, interiormenente.
Quando é realmente um acto de amor, aprender é alcançar um santuário valiosíssimo e gratificante. Um santuário que sempre está à nossa espera e alcance: Nós mesmos. Bem cá dentro de nós!

Wednesday, July 25, 2007

suave delicadeza.


O PRIMEIRO ASTRONAUTA


O primeiro astronauta
devia ter sido
Silvestre José Nhamposse.

Só ele teria sacudido os pés
à entrada da Lua.

Só ele teria pedido
com suave delicadeza:

- dá licença?
...
Mia Couto

Thursday, June 28, 2007

em férias...


"Quando me levantei


já as minhas sandálias andavam


a passear lá fora na relva.




Esta noite


até os atacadores dos sapatos floriram."




Poema Gerês, Jorge de Sousa Braga

Tuesday, June 19, 2007

este desafio

"Ama-me quando eu menos mereço,
pois é quando eu mais preciso!"
---------
Gosto de pensar neste provérbio.
Um dos mais importantes desafios
que a vida nos vai lançando.
Talvez se o aceitarmos como isso mesmo,
como um desafio, um teste
que a vida usou para nos pôr à prova,
talvez nos seja bem mais fácil cumpri-lo.
E, até, à mestre vida
agradecê-lo!

Monday, June 04, 2007

o nosso cofre


Não tinha muito o costume de trancar o carro. Muitas vezes deixava até a carteira à vista. Olhe, um convite! Isso é mesmo um bom convite, disseram-lhe um dia. Não se ponha a pau, não…e vai ver que numa destas desatenções, ficam-lhe com tudo. Carro, dinheiro, chaves. Ó menina, tem que se acautelar! Isto agora não dá para se confiar assim… Tem mas é que trancar o cofre! Ó menina, por amor de Deus, tranque sempre o seu cofre!
E ela, sorrindo, com a voz a acompanhar o timbre de um olhar mais que tranquilo, respondeu-lhe, apontando para as quatro pessoas da sua família, ali mesmo ao seu lado. “É este o meu cofre, minha boa senhora. O meu cofre está aqui! O cofre que procuro sempre proteger e cuidar!”

....
Que sempre saibamos o que é verdadeiramente o nosso cofre!
Aquele que sempre guardamos sob a melhor protecção do nosso Amor!

Friday, June 01, 2007

Feliz Junho!




É giro isto, de ser criança...
curioso: sim, isto de se ter um corpo pequenininho
e lá dentro uma grandeza interior
que abraça toda a esperança!
...
E depois,
um dia,
constatarmos,
como que por magia:
"Eh! O corpo cresceu!"

E à criança? Que lhe aconteceu?
...
Espreitarmos então para dentro
do corpo grande

e ...

cheios de esperança descobrir:

"Aaah.. ela ainda mora lá!"

A criança!

E ela nos leva a sorrir!



___________________________

Boa entrada a todos
no mês de Junho!

Thursday, May 24, 2007


"A poesia é algo que anda pela rua !"


...

Frederico Lorca

Thursday, May 10, 2007

Estação da Paz


“Quando estás perdido e já não consegues vislumbrar a luz em teu ser, deixa que o silêncio se manifeste para que então possas ouvir a voz que em ti habita. Ouve a orientação que vem de lá e aceita. É tua luz quem fala, a mesma que há pouco tu pensavas não ver.
Nunca acredites que tua luz pode ser banida de ti, pois ela é o teu próprio ser. Está nela a resposta para as tuas dúvidas, está nela o caminho, a ausência de conflitos, a harmonia e a verdade para que vivas contente e seguro no teu ambiente. Quando te ausentas da tua luz, na verdade, estás excluindo-te da tua própria essência e quando longe de ti mesmo, para onde irás?
Somente quando estás aconchegado naquilo que és, é que poderás desfrutar da verdadeira realidade. Uma realidade que não está em atrito com a escuridão, onde tudo é exposto pelo simples facto de ser. E o que é, nunca será ameaçado.
Portanto, fica tranquilo. Por seres quem és, a luz vai contigo. Ela é eterna em ti, assim como és eterno naquilo que ela traduz.”

....


in “Estação da Paz”

Sunday, May 06, 2007

Guardo-te em mim, mãe!



Olha - queres ouvir-me?
Às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
Ainda aperto contra o coração rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
Ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa, no meio do laranjal..."
Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite.
Eu vou com as aves.

...


lendo um bocadinho

do Eugénio de Andrade,

com um beijinho

a todas as mães.

Tuesday, May 01, 2007

Fazer o coração chegar primeiro...


Um velho peregrino percorria as montanhas dos Himalais no pico do inverno. Quando chegou a uma mísera estalagem chovia torrencialmente. "Como conseguiste chegar até aqui com este tempo" perguntou o estalajadeiro. Ele respondeu alegremente: "O meu coração chegou aqui primeiro, depois ao resto de mim foi fácil fazê-lo."

...

escreveu assim Anthony de Mello

Tuesday, April 24, 2007

céu tranquilo...


Um corvo voava pelos ares segurando no bico um magnífico pedaço de carne. De súbito abeirou-se dele um bando de corvos famintos que o atacaram furiosamente a fim de lhe roubarem a comida.
O corvo acabou por largar o pedaço de carne fugindo para longe, enquanto todos os outros se atiravam esganiçadamente sobre a comida.

O corvo continuou o seu caminho pensando para si mesmo "Que maravilha.... Perdi a carne, mas ganhei um magnífico céu tranquilo".

contou Anthony de Mello

não quebrando a corrente...


Miguel, leonor,
...
díficil esta tarefa, a de nomear cinco blogs
no sentido de premiar...
...
Ocorreu-me então adaptar
um pouco a corrente
e..
decidi assim nomear
toda a gente !!!
...
mas dois blogs há
para os quais
deixo a todos o link, mostrando o caminho...
...
são dois blogs que estão a nascer
e que espero ver sempre crescer
...
com todo o carinho!

Vale a pena visitarmos:

a puzzle with missing pieces

uma pausa para pensar


A corrente foi-me passada pelo vou ali e já venho.
A mensagem está assim em novas mãos!!
"A estes compete-lhes: ou ignorar a nossa nomeação ou copiar o logótipo do Award, para os respectivos blogues e fazerem também eles 5 nomeações."

Tuesday, April 17, 2007

programado para amar


O coração humano foi programado para amar.
Venha quem vier, diga o que disser, o coração humano foi programado para amar.
Poderão até dizer:”ora…mas então e as guerras, os ódios, o rancor?”
Desacertos, eu diria, um erro de configuração em determinada fase de processamento. Não.. não…lamento, mas insisto: o coração, de origem, veio instalado com amor.
Acontece porém, pode bem acontecer, que por vezes crache. E instala-se o caos, o desassossego interior. E a causa, apostaria, é porque ocasionalmente corre outros programas, que se focam e persistem nos erros e mágoas acumuladas…no rancor… Bloqueando ou encerrando o ficheiro do Amor.
Uns corações, é certo, poderão estar melhor equipados , com software mais avançado, e por essa razão, cracham menos vezes. São mais permeáveis aos outros, em rede interligados, mais tolerantes aos “vírus” dos ressentimentos. Também têm os seus momentos, mas amam incondicionalmente, respondem ao mal com o bem e funcionam na perfeição, correndo sempre o seu programa estrutural: O Amor.
E há ainda outra razão: eles possuem a melhor versão de antivírus disponível no mercado: O “Perdão”.
Outros corações, talvez ainda não tão equipados, encontram-se em fase de aprendizagem, de evolução. Mas poderão lá chegar. É um percurso que terão de fazer, tantas vezes de até reiniciar. Mas já têm, de base, o essencial, dado que todo o coração, eu insisto, sem excepção, foi programado para amar.
É por isso que, quando não o faz, a bem dizer, quando não está a correr o seu programa de Amor, se sente perdido, confuso, instável, perturbado, sem a sua paz interior.
Por isso… oh… venha quem vier, diga o que disser, mas o coração humano foi programado para amar.






Friday, April 13, 2007


"Chaminé
que construisse
em minha casa,
não seria
para sair o fumo
mas,
para entrar o céu..."

...


Provérbio Macua
em "O coração é uma praia"
Mia Couto

Sunday, April 08, 2007

Páscoa Feliz! Cheia de Significado!


É Páscoa, ainda e sempre, também!

Francisco Aquino

Wednesday, March 28, 2007

Verdades


" Todos os que temos vivido à procura da verdade nos fomos encontrando, ao longo do caminho, com muitas ideias que nos seduziram e habitaram em nós, com a força suficiente para condicionar o nosso sistema de crenças.
No entanto, passado algum tempo, muitas das verdades acabaram por ser abandonadas porque não suportavam as nossas interrogações internas, ou porque uma “nova verdade”, incompatível com aquelas, competia dentro de nós por um mesmo espaço. Em qualquer caso, aqueles conceitos que tínhamos tido como referentes deixavam de o ser e encontrávamo-nos, rapidamente, à deriva. Donos do leme do nosso barco, mas incapazes de traçar um rumo fiável.
E, então, por um lado, pergunto a mim próprio: será que existem verdades sólidas e imperturváveis como rochas? Ou será a verdade apenas um conceito que traz em si mesmo a essência da transitoridade e fragilidade das flores? Será que por acaso as montanhas, os rios e as estrelas não estão também ameaçados de pronto desaparecimento?
Algumas verdades que são certamente questionáveis para outros, hão-de sê-lo algum dia também para mim. Mas hoje contêm, ao que me parece, solidez e fiabilidade.

O primeiro destes pensamentos fiáveis é a ideia de saber que: O que é, é.
E saber que “o que é, é.”, implica a aceitação de que os factos, as coisas, as situações são como são.

A realidade não é como me conviria a mim que fosse.
Não é como deveria ser.
Não é como me disseram que ia ser.
Não é como foi.
Não é como será amanhã.
A realidade fora de mim é como é.

A segunda dedução directamente relacionada com esta ideia é que: eu sou como sou.
E mais uma vez:

Eu não sou quem gostaria de ser.
Não sou o que deveria ser.
Nem sequer sou o que fui.
Eu sei quem sou.

E, se é difícil aceitar quem eu sou, quanto mais difícil não é, por vezes, aceitar esta terceira dedução : Tu…és quem és.
Quer dizer:

Tu não és quem eu preciso que sejas.
Tu não és o que foste.
Tu não és como a mim me convém.
Tu não és como eu quero.
Tu és como és.

Aceitar isto é respeitar-te e não te pedir que mudes. Há pouco tempo, comecei a definir o verdadeiro amor como a tarefa desinteressada de criar espaço para que o outro seja quem é.

Estas três verdades são para mim ideias-montanha, ideias-rio, ideias-estrela. Verdades que continuam a sê-lo através dos tempos e das circunstâncias. Conceitos que não são relativos a determinados momentos, mas a todos e a cada um dos instantes aos quais, somados, costumamos chamar de “a nossa vida”.

VERDADES-MONTANHA para poder construir a nossa casa sobre uma base sólida.

VERDADES-RIO para poder acalmar a nossa sede e para navegar sobre elas na busca de novos horizontes.

VERDADES-ESTRELAS para poder servir-nos de guia, mesmo nas nossas noites mais escuras. "
de Jorge Bucay ( um pouco adaptado)

Monday, March 19, 2007



Quando Deus me lançou como um seixo

para esse lago maravilhoso,

perturbei a sua superfície em círculos inumeráveis.

Mas ...

quando alcancei as profundezas,

tornei-me muito calmo.

...

escreveu Kahlil Gibran

Thursday, March 01, 2007

Feliz Março!


Chegou! Março chegou!
Ontem, cá em casa, ficou-se acordado até à meia noite para se assistir à chegada de Março e lhe dar as boas vindas. Da árvore de Natal, que é a árvore de todo o ano, retiraram-se as bolas, os flocos de neve e os anjinhos de madeira. Substituíram-se por sinos, coelhinhos cor de laranja, e flores brancas da magnólia, anunciando a Primavera.
Nós sabemos, sim...!
Que ainda não é bem ... bem a Primavera... Que se estipulou um dia preciso para a sua chegada triunfal. Certo. Mas é um anúncio! Um chamamento para ela. E um anúncio, um chamamento, uma preparação para algo que é tão bonito e tão luminoso, é um passo que importa dar, uma etapa que importa viver, com toda uma renovação interior que importa saborear! Digamos...como ...uma Quaresma que nos convida, portanto, à nossa própria Primavera!

Wednesday, February 21, 2007


Uma caixinha de lápis de cor…

Pedem-me para escrever sobre os Amigos. Faço um movimento com a cabeça. Para cima e para baixo. Penso um pouco no tema. Reparo na minha velha caixa de lápis de cor. Já sei. Isso mesmo. Poiso as duas mãos abertas no teclado. Como no vestido preto e branco de um piano.. Ainda não sei bem qual o dedo a movimentar primeiro. Depende da primeira letra do título. Olho para todas elas, ainda por decidir. Fecho os olhos. Abro o coração. Já está. Foi o indicador direito. Por causa do U.


Todos temos, aqui e ali, guardada ou em uso, desta ou daquela qualidade, em pior ou melhor estado, uma caixinha de lápis de cor.
Pintar os desenhos da nossa vida, significa ir recorrendo a este ou àquele lápis, ora uma cor mais escura, ora um tom mais alegre. Hoje vou precisar mais do amarelo para estes traços aqui. Esta é a parte da minha vida que ficará bem de azul. Ah… isto agora foi feito para um lilás. Um branco. Um rosa. Um verde.
E oh… há quanto tempo não pego no pequeno lápis castanho. Que saudade. É ele que eu hoje vou buscar para colorir a vida. A minha e a dele, leia-se.
Por certo, todos temos um ou mais tons preferidos. Aqueles que combinam de uma forma mais profunda e completa com o ser que somos. Cores que nos fazem sempre sentir em casa. Tons que amamos.
Raramente contamos com apenas um lápis de cor ao longo de toda a nossa vida. Vão existindo sempre vários. Alguns gastam-se e não se repõem. Acontece por vezes assim, que eles tenham existido em nossos desenhos, por alguma razão especial (que nem sempre sabemos) e depois, tantas vezes, aparentemente sem um motivo claro, perdem-se da nossa caixinha. Outros, por mais que se gastem, nunca se esgotam. Acompanham-nos sempre, contamos sempre com aqueles “velhos” tons. E mesmo quando não são usados muitas vezes, mesmo quando supostamente estão mais esquecidos, há sempre algo neles e em nós, que se torna sempre presente em qualquer momento.
Eu gosto de olhar para a minha caixinha de lápis de cor. Gosto de reparar em como cada um deles é tão diferente entre si. E de mim. Nos tons, nos tamanhos, na espessura, no formato, na marca. Sei lá eu…
Mas sei bem que é pela diferença que tanto se completam. São precisas cada uma dessas suas particularidades para que os meus desenhos fiquem coesos e muito mais bonitos.
Importa isso mesmo! Compreender que é na alteridade que nos completamos. Nem sempre é fácil. Julgar é muito apetecível: o verde é mais bonito, o rosa é melhor. Que cor tenebrosa. Quando a verdade é que é de todos eles que precisamos…
Então, o melhor mesmo a fazer, e que, de resto nos dá uma felicidade profunda, é a de cuidar da nossa caixinha de lápis de cor. Afiar cada lápis com perseverança e atenção. Cuidar para que não haja bicos partidos, lascas ou perdas por negligência. Cuidar para que se encontrem sempre em bom estado e nunca, mas nunca os deixar sentirem-se apenas usados e abandonados.
Cuidar. Amar.
Assim eu compreendo os amigos na minha vida. Gosto de cuidar deles. E eles ajudam-me muito a colorir os meus traços.

......

Pedem-me para passar este desafio a alguém. O desafio de escrever sobre o tema "AMIGOS". Abro a minha caixinha. Fecho os meus olhos para não ter de escolher. Aleatóriamente pego no teu lápis, malu. Que dizes?

Wednesday, February 14, 2007



Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
e reflete, como a mina de rubi,
os raios de sol para fora de ti.
...
pensamento sufi

Wednesday, February 07, 2007

A bússola interior


Alguém disse:


"Sinto que tenho muita sorte. Continuo a perder-me na selva deste mundo, mas não demoro muito a lembrar-me que posso utilizar a minha bússola interior e voltar à realidade. Essa realidade tornou-se a resposta mais doce. "
.....
Isso! Vale a pena parar um pouco em silêncio interior e procurar bem profundamente, com os nossos olhos fechados, a nossa bússola interior... e a nós mesmos questionar: Como é ela? O que a reveste? Por onde me tenho vindo a orientar ? O que me norteia? Sei qual é o caminho?...
..
A todos, boas orientações! E a todos, um beijinho!

Thursday, February 01, 2007

juntos...


Um homem caminhava por uma região deserta.
Ele perdeu-se e não sabia como sair dali.
Outro homem veio ao seu encontro.
-Estou perdido. O senhor pode ensinar-me o caminho de saída?
-Não- respondeu o desconhecido-, não posso ensinar-lhe o caminho de saída, mas
se caminharmos juntos, talvez possamos encontrá-lo.
...
Contou Emery Nester.

Wednesday, January 24, 2007

para pensar...


" Quando vivemos no amor é como caminhar num Y invertido;
não interessa por que lado vamos, porque vamos sempre LÁ dar.
Quando vivemos no ódio, é como caminhar num 8;
por muitas voltas que dêmos, nunca vamos a lado nenhum. "
...
dizia-nos há dias o emlino, num comentário.
e não é uma visão bem simples mas tão profunda da vida?

Wednesday, January 17, 2007


"Se dois homens vêm andando por uma estrada,
cada um carregando um pão,
e, ao se encontrarem,
eles trocam os pães,
cada homem vai embora com um ...
...
PORÉM,
se dois homens vêm andando por uma estrada,
cada um carregando uma ideia,
e, ao se encontrarem,
eles trocam as ideias,
cada homem vai embora com duas..."
...
anónimo

Tuesday, January 09, 2007

Amor


Ele desenhou um círculo e impediu a minha entrada.
É um herege! Um rebelde!
Mas o Amor e eu tivemos habilidade para triunfar:
Desenhámos um círculo e o convidámos para entrar!

Edwin Markham escreveu.

.....

Deixo-me aqui a pensar... o Amor e o Ódio são ambos muito poderosos.
Mas o primeiro tem muita mais força! É muito mais luminoso!